O Parque Oriental da cidade do Porto, cuja criação está prevista para o Vale de Campanhã, é uma promessa adiada há mais de dez anos. A autarquia pretende ou consente agora amputá-lo irremediavelmente com a construção da chamada Alameda de Azevedo. Essa «alameda», na verdade uma via com perfil de auto-estrada (com separador central e duas faixas em cada sentido), vai retalhar o Parque e causar um prejuÃzo ambiental considerável a uma zona já muito castigada por vias de grande circulação automóvel.
O Parque Oriental da cidade do Porto, cuja criação está prevista para o Vale de Campanhã, é uma promessa adiada há mais de dez anos. A autarquia pretende ou consente agora amputá-lo irremediavelmente com a construção da chamada Alameda de Azevedo. Essa «alameda», na verdade uma via com perfil de auto-estrada (com separador central e duas faixas em cada sentido), vai retalhar o Parque e causar um prejuÃzo ambiental considerável a uma zona já muito castigada por vias de grande circulação automóvel. A via proposta nada acrescenta de essencial à ligação já existente através do IC29, via com capacidade em excesso para escoar as necessidades actuais. Prevê-se que, a prazo, a linha do metro Campanhã-Gondomar possa ser estendida a outras zonas, incluindo Valbom, o que seria, esse sim, um investimento justo e compensador.
O Porto é uma cidade com grandes carências a nÃvel de espaços verdes
públicos. A frequência por vezes intensa do actual Parque da Cidade mostra bem como a nossa população necessita de parques verdes para lazer e repouso. O Parque Oriental não é um luxo, nem um investimento inútil: é a resposta devida a uma necessidade da população. Um parque bissectado por uma auto-estrada, cercado por taludes, esmagado por viadutos, perturbado pelo ruÃdo do trânsito: eis o que restaria do Parque Oriental após a construção do referido atravessamento com perfil de auto-estrada. Que lazer e repouso haverá num espaço assim?
No CD-ROM “Parques e Jardins Públicos da Cidade do Porto”, editado pelo Pelouro do Ambiente da Câmara Municipal do Porto em Março de 2000 e amplamente difundido em muitas escolas de todo o concelho, vem referido um texto informativo que descreve o Parque Oriental como possuindo uma área equivalente à do Parque da Cidade e “com forte proporção de terrenos agrÃcolas e arborizados”. Mais adiante, o mesmo documento refere que o projecto “visa a valorização social e cultural desta área da cidade [Campanhã]”. Como preparar os nossos jovens e que legado deixar à s futuras gerações se não ampliarmos e preservamos os espaços verdes nas cidades? A cidade do Porto aceita que o seu património natural fique apenas acessÃvel em registos museológicos? Como é possÃvel conceber uma educação ambiental mais eficaz amputando o Parque Oriental?
As associações ambientalistas April, Campo Aberto, FAPAS, GAIA, NDMALO, Olho Vivo, Quercus, Terra Viva! e os cidadãos abaixo-assinados apelam à Câmara Municipal do Porto para evitar mais um desastre ambiental na história do Porto e não aceitam que seja desvirtuado mais um projecto inovador em termos de educação ambiental.