Uma leoa maltratada em circos na Argentina será sacrificada caso nenhum zoológico brasileiro se candidate a abrigá-la. O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) vai consultar, em caráter de urgência, todos os zoológicos do país depois que a Procuradoria da República em São Paulo entrou em ação para evitar a morte do animal, de sete anos.
Resgatada em agosto, a leoa Baguira está sob cuidados de um órgão ambiental argentino, que não tem estrutura para mantê-la. A Argentina tem superpopulação de leões, e por isso o animal deve vir para o Brasil.
"Deve-se considerar a legislação internacional, uma vez que há a possibilidade de salvar a vida do felino sem risco sanitário para a nação brasileira", declarou o procurador da República Matheus Baraldi Magnani, que citou em seu recurso a Declaração Universal dos Direitos dos Animais --segundo a qual nenhum animal será submetido a maus tratos ou a atos cruéis.
A leoa Baguira já passou por dois circos argentinos --Circo de Jhony Bravo e Circo Yuboslavo. Deste último, o animal foi resgatado em agosto na cidade de Tucuman, ao norte da Argentina.
Provisoriamente recebendo cuidados na Fauna Província, órgão ambiental argentino, Baguira teve o crescimento afetado por doenças e falta de espaço e de comida enquanto esteve enjaulada.
Como a Argentina não pode ficar com a leoa, a associação protetora dos animais "Rancho dos Gnomos", em Cotia, na Grande São Paulo, se dispôs a abrigá-la. O Ibama negou, alegando que grandes felinos exóticos só podem entrar no país por intermédio de jardins zoológicos. Agora, o órgão deve consultar os zoos para tentar achar um local para a leoa. À reportagem, o Ibama afirmou que, até o momento, "não há possibilidade de algum zoológico brasileiro receber o animal".